Tumores Malignos Primários do Fígado
Os tumores primários do fígado incluem o hepatocarcinoma (carcinoma hepatocelular), o colangiocarcinoma intra-hepático, o angiossarcoma (tumores vasculares) e, na infância, o hepatoblastoma. O hepatocarcinoma é o tumor maligno primário mais comum, ocorrendo em mais de 80% dos casos. O colangiocarcinoma, responsável por 5% dos casos, geralmente ocorre entre a 6ª e 7ª década de vida, apresentando um aumento na incidência nos últimos anos.
Tumores Metastáticos do Fígado
Os tumores secundários ou metastáticos do fígado são os mais comuns. Tumores primários do pâncreas, colorretais, gástricos, tumores de mama, tumores de esôfago, tumores de pulmão e tumores carcinóides são os mais propensos a metastatizar para o fígado. Cerca de 25% dos novos casos de câncer colorretal já apresentam metástase hepática no momento do diagnóstico. O tratamento envolve cirurgia e quimioterapia, obtendo bons resultados na maioria dos pacientes.
Carcinoma Hepatocelular (CHC)
O CHC é um dos tumores malignos mais prevalentes do fígado, estimando-se mais de 250.000 novos casos anualmente em todo o mundo. Sua ocorrência é mais comum na Ásia e algumas regiões da África e Oriente Médio, associada frequentemente à cirrose. Fatores de risco incluem vírus B e C, cirrose de qualquer etiologia, consumo de aflatoxina B1, uso prolongado de contraceptivos orais, altas doses de esteróides, associação com doenças genéticas e esteatose hepática.
O diagnóstico precoce é crucial, e pacientes de risco devem passar por rastreamento regular, incluindo ultrassonografia e dosagem de alfa-fetoproteína a cada 3 a 6 meses. O tratamento pode envolver ressecção cirúrgica, transplante hepático em casos selecionados, quimioterapia sistêmica (sorafenibe) e quimioembolização.
Métodos de Imagem no Diagnóstico
Diversos métodos de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET-CT, são utilizados para diagnóstico e estadiamento. A ultrassonografia per-operatória é valiosa para detectar lesões pequenas durante a cirurgia. A seleção de pacientes para ressecção hepática inclui avaliação criteriosa dos fatores clínicos e funcionais do fígado.
Tratamento Cirúrgico e Outras Modalidades
A ressecção hepática é o tratamento padrão para metástases hepáticas, especialmente em câncer colorretal, oferecendo aumento na sobrevida. Métodos para aumentar a ressecabilidade incluem quimioterapia neoadjuvante, ablação por radiofrequência, embolização da veia porta e hepatectomia em dois tempos. Pacientes submetidos a esses procedimentos devem ser avaliados cuidadosamente quanto à função hepática e presença de metástases em outros órgãos.
A pesquisa contínua e o avanço nas técnicas cirúrgicas têm melhorado os resultados, proporcionando melhores opções terapêuticas para pacientes com tumores hepáticos malignos.